Preparem seus elencos!

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O que é imutável {Lucas}

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A única coisa que podemos dizer que fomos durante toda a nossa vida: contraditórios. A contradição.

Werner Herzog's Rogue Film School

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The Rogue Film School will be in the form of weekend seminars held by Werner Herzog in person at varying locations and at infrequent intervals.

The number of participants will be limited to a maximum of 65.

Locations and dates will be announced on this website and Werner Herzog's website: www.wernerherzog.com approximately 12 weeks in advance.

The Rogue Film School will not teach anything technical related to film-making. For this purpose, please enroll at your local film school.

The Rogue Film School is about a way of life. It is about a climate, the excitement that makes film possible. It will be about poetry, films, music, images, literature.

The focus of the seminars will be a dialogue with Werner Herzog, in which the participants will have their voice with their projects, their questions, their aspirations.

Excerpts of films will be discussed, which could include your submitted films; they may be shown and discussed as well. Depending on the materials, the attention will revolve around essential questions: how does music function in film? How do you narrate a story? (This will certainly depart from the brainless teachings of three-act-screenplays). How do you sensitize an audience? How is space created and understood by an audience? How do you produce and edit a film? How do you create illumination and an ecstasy of truth?

Related, but more practical subjects, will be the art of lockpicking. Traveling on foot. The exhilaration of being shot at unsuccessfully. The athletic side of filmmaking. The creation of your own shooting permits. The neutralization of bureaucracy. Guerrilla tactics. Self reliance.

Censorship will be enforced. There will be no talk of shamans, of yoga classes, nutritional values, herbal teas, discovering your Boundaries, and Inner Growth.

Related, but more reflective, will be a reading list. Required reading: Virgil’s “Georgics” and Ernest Hemingway’s “The Short Happy Life of Francis Macomber”. Suggested reading: The Warren Commission Report, Rabelais’ “Gargantua and Pantagruel”, “The Poetic Edda”, translated by Lee M. Hollander (in particular The Prophecy of the Seeress), Bernal Diaz del Castillo “True History of the Conquest of New Spain”.

Required film viewing list: The Treasure of the Sierra Madre (1948, dir. John Huston), Viva Zapata (1952, dir. Elia Kazan), The Battle of Algiers (1966, dir. Gillo Pontecorvo), the Apu trilogy (1955-1959, dir. Satyajit Ray), and, if available, “Where is the Friend’s Home?” (1987, dir. Abbas Kiarostami).

Follow your vision. Form secretive Rogue Cells everywhere. At the same time, be not afraid of solitude.

www.roguefilmschool.com

A estrela que mudou o Universo

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por Cássio Barbosa


No início da década de 1920, um intenso debate marcava o confronto entre dois pontos de vista sobre o Universo. O debate girava em torno da natureza das “nebulosas espirais”, observadas pelos astrônomos desde o século anterior.
Um ponto de vista afirmava que se tratavam de nebulosas próximas, todas dentro de nossa galáxia. O segundo ponto de vista afirmava que essas nebulosas tinham caráter extragaláctico, ou seja, estavam tão distantes que não poderiam estar confinadas na Via Láctea.
Foto: Nasa / ESA / Hubble Heritage Team
O antagonismo entre essas duas correntes de pensamento produziu um debate público entre dois dos mais prestigiosos astrônomos da época. Harlow Shapley defendia o primeiro ponto de vista e Herber Curtis optava pelo segundo.
No fundo, essa era uma discussão sobre o Universo em si. De acordo com Shapley, a Nebulosa de Andrômeda fazia parte da Via Láctea e o Universo era composto de uma única “supergaláxia”.
Não houve uma discussão, como muitos imaginam. Os dois astrônomos deram, cada um, uma palestra a respeito das escalas de distância no Universo em uma reunião da Academia Nacional de Ciências dos EUA, em Washington, em abril de 1920.
Depois das palestras, houve alguns momentos de debate, mas isso é comum em reuniões assim. No final das contas, também não houve vencedores ou vencidos, ao menos naquele momento. Ambos não conseguiram apresentar argumentos sólidos que convencessem a audiência sobre qual teoria estava correta.
Mas eis que em 1923, Edwin Hubble enviou uma carta para Shapley com um gráfico representando os resultados das observações de uma particular estrela em Andrômeda. As fotos, que deram origem ao gráfico, tinham sido obtidas pelo recém-inaugurado telescópio de 2,5 metros de diâmetro do observatório de Monte Wilson, nos EUA.
Na época, esse era o maior e mais moderno telescópio do mundo. Essa estrela foi chamada de Variável de Hubble número 1 (ou somente V1, para os íntimos) e é de uma classe conhecida como Cefeidas. As Cefeidas são variáveis, ou seja, seu brilho varia periodicamente. O estudo desse tipo de variável em nossa galáxia permitiu estabelecer uma relação entre brilho e distância.
Com essa relação calibrada e as observações de V1 em Andrômeda, Hubble mostrou, sem sombra de dúvidas, que a nebulosa deveria estar muito além dos limites da Via Láctea.
Esse gráfico era a prova convincente que Shapley precisava para admitir que estava errado. Dizem que ao abrir e ler a carta do Hubble, ele teria dito: “Esta é a carta que destruiu meu universo.”
De tão importante, cópias da foto de V1 usada por Hubble (o astrônomo) voaram na missão do ônibus espacial Discovery, que levou ao espaço o telescópio nomeado em homenagem ao físico em 1990. Outras cópias voaram também na missão de 2009 que fez o último conserto do telescópio espacial.
De tão especial – afinal essa estrela mudou o universo -, o astrônomo Dave Soderblom propôs que ela fosse acompanhada pela Associação Americana de Observadores de Estrelas Variáveis durante 6 meses. Com base na curva de luz, o Hubble foi apontado para Andrômeda com o intuito de obter imagens com V1 no seu máximo brilho e depois no seu menor brilho.
Essas imagens foram apresentadas na reunião da Sociedade Americana de Astronomia no dia 23 de maio. Mais do que uma homenagem ao Hubble e às Cefeidas, é um lembrete que essa classe de estrelas revolucionou a cosmologia.
Elas foram identificadas e acompanhadas em centenas de outras galáxias, estabelecendo que elas estavam umas mais distantes que as outras, ajudando na descoberta da expansão do universo.

 

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