Faz sentido não fazer sentido

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Três atos, três poderes?

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Acabei de ler um site que usa "punir criminosos" como sinônimo de "aplicar a lei". Curioso, né? Mas a melhor parte vem quando eles dizem que cabe ao poder executivo "administrar órgãos públicos de serviços à população, como bancos." Achei engraçado e quis dividir.

Aí vem o resumão de Montesquieu na Wikipedia e completa: quando, em república, o povo, formando um só corpo, tem o poder soberano, isso vem a ser uma democracia. Quando o poder soberano está nas mãos de uma parte do povo, trata-se de uma aristocraciaNa aristocracia, o poder soberano acha-se nas mãos de um certo número de pessoas. São elas que fazem as leis, e as fazem executar.

E por falar em leis: legislar, executar e, por fim, julgar. Não é porque a linguagem deste filme ainda não se decidiu que precisamos descartar a estrutura dos três atos! Legislamos, executamos e julgamos no final?

Eu to aqui porque...E o meu preço...

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- porque as pessoas estão aqui
- porque eu estive magoado durante anos
- porque me convidaram
- porque eu sou ator
- porque eu sou atriz
- porque minha mãe tá feliz que eu vou fazer um filme
- porque vai sugar muita energia
- porque o tici foi convidado e porque o caio vai escrever
- porque o capello ta dirigindo esse filme
- porque, talvez, eu não devesse estar aqui, mas não quero perder essa oportunidade
- porque o trabalho do ator é diferente no cinema e eu acredito que o ator é montador
- 16 centavos de cruzeiro
- porque eu quero fazer alguma coisa a respeito
- porque eu quero saber que ainda posso atuar
- porque o meu preço é muito caro
- porque eu acredito muito na arte,  no cinema
- o meu preço é fazer
- o meu preço é a realização
- porque eu gosto de plano fechado
- para atuar com a bel e trabalhar com o caio
- o meu preço é sinceridade
- porque eu não quero mais magoar a bel
- porque a última vez que eu atuei com o tici foi na igreja
- porque eu quero ganhar milhões
- o meu preço é sentir prazer
- porque é um trabalho que não vai me exigir só ser ator
- o meu preço é ser tomado
- o meu preço, hoje, agora é o momento. mas pode mudar daqui a cinco minutos
- porque eu tenho medo
- eu não tenho preço porque eu não acredito no mercado
- dez mil acho que tá bem tranquilo
- porque eu quero fazer um filme muito bonito
- porque eu acredito muito no trabalho do ator no cinema
- o meu preço é que vocês descubram comigo
- porque, talvez, o meu preço seja a liberdade
- para buscar não se acomodar
- o meu preço é chegar no final e olhar para trás e ver que o filme foi editado
- porque eu quero ter uma memória nossa eternizada
- o meu preço é me deixar ser utilizado como instrumento para criar corpos tensos
- o papel transformador das pessoas
- porque eu quero que a talita seja uma diretora de fotografia
- porque cinema é conflito
- o meu preço é que eu não saia decepcionado
- do que vem depois, de ser sustentado pela minha mãe
- to morrendo de medo das coisas que o ticiano fala
- para discordar da bela
- o meu preço é lembrar das coisas que a bel falou
- porque eu não posso visitar a minha amiga
- porque o medo da isabel é legítimo
- porque eu não passei no vestibular para comunicação na ufrj e tudo me levou para isso
- porque eu tenho milhões de coisas para fazer, mas dei um jeito
- porque eu sofri uma tentativa de estupro em botafogo e eu queria falar mais sobre isso, mas não consigo
- porque eu abdiquei da culpa há três anos
- porque eu ainda posso escolher estar aqui
- porque eu acredito no detalhe
- porque a gente só expõe e pouco modifica
- porque eu acredito e boto fé nas pessoas
- porque é um privilégio poder estar trabalhando com quem se gosta
- porque existe o espaço para olhar nos olhos das pessoas
- porque o meu prazer é andar na getúlio vargas de madrugada e eu não vou abdicar disso
- porque a violência tá em mim mais do que a cidade me violenta
- porque eu prezo pela solidão, por um certo individualismo e quero lidar com isso no cinema, no teatro, ou seja, no espaço do encontro
- porque cada dia menos eu acredito na cidade, este espaço não tem mais solução
- porque eu acho mesmo que as coisas podem mudar
- porque mudou o sentido de lugar
- porque nós somos os políticos, nós somos o mercado e a cidade
- porque eles somos nós
- para que as pessoas vejam o nosso filme e também queiram estar ali. Vejam tudo o que a gente fez e discutiu
- porque a decisão é só uma decisão
- porque eu crio uma infecção por causa de um trabalho
- porque tem uma mendiga atrás da gente comendo com os pombos e isso tá lindo
- porque eu quero construir um espaço desses dentro do caos urbano
- porque eu acho um absurdo os edifícios e suas pedagogias
- porque eu quero ter filhos
- porque eu tenho pânico das escolas e da educação do país
- porque eu acho injusto o mercado dos editais. porque eu vou dar mais dinheiro para um produtor sendo que a idéia é minha
- porque eu preciso entender como que liberdade é disciplina
- porque, talvez, a liberdade seja uma falsa questão

tomou Prozac, matou a vizinha e foi para a igreja.

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"À época do crime, Bustamante tinha 15 anos e descreveu a experiência de matar Elizabeth Olten como “muito agradável”. “Eu a estrangulei, cortei a gargante e a esfaqueei, então agora ela está morta”, escreveu Bustamante em seu diário. "



http://br.noticias.yahoo.com/jovem-condenada-pris%C3%A3o-perp%C3%A9tua-morte-vizinha-9-anos-20120209.html

Dorothy Counts

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Dorothy Counts foi a primeira estudante negra admitida numa escola pública americana (de brancos). A fotografia retrata seu primeiro dia de aula na Universidade de Harry Harding, na Carolina do Norte (EUA), em 1957.

O vestido de Dorothy foi feito por sua avó especialmente para seu primeiro dia de aula. Cuspiram nele.

Centenas de alunos seguiram e acompanharam sua chegada à escola. De vez em quando alguns jogavam coisas em sua direção enquanto outros faziam gestos obscenos. Os estudantes gritam para ela voltar para casa. Dorothy foi em frente sem reagir.

Este absurdo momento de violência prosseguiu nos dias seguintes. Foram 4 dias de perseguições e insultos. Jogavam lixo durante a sua refeição e seu armário era saqueado. Depois surgiram ameaças telefônicas agravando ainda mais a situação. Por fim, os seus pais consideraram que a sua vida poderia estar em risco e optaram por tirá-la da escola.

Pode parecer pouco, mas os quatro dias em que Dorothy tentou frequentar a Harry Harding High School foram de grande importância para o Movimento dos Direitos Civis e o fim da segregação racial nos Estados Unidos.

A Terra é agadê

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1972-2012

no dice

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"Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro"

Saramago

 

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