As ruas podem ser coloridas ou uma possível estética de re.desenho da cidade
| por Janaína Castro Alves |Os Residentes
| por Pedro Capello |Desejo e necessidade: "e se eu quiser..."
| por Taianã Mello |E se, depois do ensaio, minha coxa ficar doendo e eu quiser alongar?
E se minha musica preferida tocar?
E se o sapato dela tiver um laço vermelho e eu quiser saber onde ela comprou, eu posso perguntar?
E se eu sentir sede?
O quanto de querer faz do desejo uma necessidade?
E se eu quiser chorar?
E se eu quiser beijar a boca dele?
E se eu quiser trepar agora?
E se eu quiser gozar agora?
E se eu quiser fazer uma ligação do seu celular?
E se eu quiser não ter medo de ir embora?
E se eu quiser ficar?
E se eu quiser só andar de taxi?
E se eu quiser aquele vestido, e não outro?
E se eu me sentir só?
E se eu sentir fome?
O quanto de necessidade tem em um desejo?
A necessidade é precisa. Não reclama, só dói. E, as vezes, nem isso mais.
O desejo é retornável.
Retornos. De casa até aqui, cerca de 10. Daqui até a Urca, nenhum. necessidade.
Se ninguem me deixar fazer xixi, eu faço mesmo assim. retorno.
Contorno.
Se eu não for o suficiente, via expressa. Grande avenida aterrada que leva do centro a zona sul.
Sem fuga. A cidade rotatoria.
Provocações, desejos mascarados de necessidades.
Quantas necessidades fazem um necessitado?
A necessidade mata o desejo? Ou o alimenta?
O que muda?
O desejo muda? O que o desejo muda? O que muda o desejo?
O preço da minha vida não é o que ela vale. E querer não é poder.
Poder é potencia. O que eu posso?
O poder muda? O que o poder muda? O que muda o poder?
A casa que eu preciso não é a que eu desejo.
A roupa que eu preciso não é a que eu desejo.
A comida que eu preciso não é a que eu desejo.
O que você deseja?
O que você precisa?
Quanto do que você precisa consta entre os seus desejos?
de várias Lauras
| por Marília Nunes |O nome dela era Laura, ela tem mais ou menos a mesma idade que eu e tava no metrô indo do centro para Botafogo.
Lugares possíveis
| por Pedro Capello |A nossa cidade é:
- um prédio abandonado
- uma linha de trem
- pontos de ônibus
- nossos apartamentos
- um reduto qualquer
- o lado de fora dos muros
- o lado de dentro dos ônibus
- um estacionamento
- outro reduto ou uma fuga
- a retorção estética dos viadutos
- uma estética industrial
- um bucólico virtual
- o céu
- o sentar na calçada e ver o cotidiano acontecer
- o querer levantar e fazer alguma coisa
- temer o escuro
- desafiar e ser desafiado pelo dia a dia urbano
- desafiar a câmera
- fugir
- um prédio em construção
Luz tropical brasileira
| por Pedro Capello |"Waldemar Lima, o fotógrafo de Deus e o Diabo na Terra do Sol, e Linduarte Noronha, diretor de Aruanda, morreram recentemente no espaço de pouco mais de uma semana. Ambos tinham a ver com a descoberta de uma luz especificamente brasileira para o cinema, ali na primeira metade dos anos 1960. Hoje publico aqui um texto que Waldemar escreveu especialmente para a dissertação de mestrado de Iara Magalhães, de Uberlândia (MG). Essa preciosidade me chegou às mãos através de Joel Pizzini, a quem agradeço."
Christine Chubbuck
| por Pedro Capello |Adeus à carne
| por Caio Riscado |
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/em-adeus-carne-michel-melamed-expoe-seu-assombro-com-brasil-4031709#ixzz1nGbUXCr5
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uma mudança de área [liberano]
| por Diogo Liberano |da série vini não mora mais aqui
fotografias de vinicius arneiro
Discursos 2
| por Janaína Castro Alves |
Três atos, três poderes?
| por Pedro Capello |Eu to aqui porque...E o meu preço...
| por Caio Riscado |- porque as pessoas estão aqui
- porque eu estive magoado durante anos
- porque me convidaram
- porque eu sou ator
- porque eu sou atriz
- porque minha mãe tá feliz que eu vou fazer um filme
- porque vai sugar muita energia
- porque o tici foi convidado e porque o caio vai escrever
- porque o capello ta dirigindo esse filme
- porque, talvez, eu não devesse estar aqui, mas não quero perder essa oportunidade
- porque o trabalho do ator é diferente no cinema e eu acredito que o ator é montador
- 16 centavos de cruzeiro
- porque eu quero fazer alguma coisa a respeito
- porque eu quero saber que ainda posso atuar
- porque o meu preço é muito caro
- porque eu acredito muito na arte, no cinema
- o meu preço é fazer
- o meu preço é a realização
- porque eu gosto de plano fechado
- para atuar com a bel e trabalhar com o caio
- o meu preço é sinceridade
- porque eu não quero mais magoar a bel
- porque a última vez que eu atuei com o tici foi na igreja
- porque eu quero ganhar milhões
- o meu preço é sentir prazer
- porque é um trabalho que não vai me exigir só ser ator
- o meu preço é ser tomado
- o meu preço, hoje, agora é o momento. mas pode mudar daqui a cinco minutos
- porque eu tenho medo
- eu não tenho preço porque eu não acredito no mercado
- dez mil acho que tá bem tranquilo
- porque eu quero fazer um filme muito bonito
- porque eu acredito muito no trabalho do ator no cinema
- o meu preço é que vocês descubram comigo
- porque, talvez, o meu preço seja a liberdade
- para buscar não se acomodar
- o meu preço é chegar no final e olhar para trás e ver que o filme foi editado
- porque eu quero ter uma memória nossa eternizada
- o meu preço é me deixar ser utilizado como instrumento para criar corpos tensos
- o papel transformador das pessoas
- porque eu quero que a talita seja uma diretora de fotografia
- porque cinema é conflito
- o meu preço é que eu não saia decepcionado
- do que vem depois, de ser sustentado pela minha mãe
- to morrendo de medo das coisas que o ticiano fala
- para discordar da bela
- o meu preço é lembrar das coisas que a bel falou
- porque eu não posso visitar a minha amiga
- porque o medo da isabel é legítimo
- porque eu não passei no vestibular para comunicação na ufrj e tudo me levou para isso
- porque eu tenho milhões de coisas para fazer, mas dei um jeito
- porque eu sofri uma tentativa de estupro em botafogo e eu queria falar mais sobre isso, mas não consigo
- porque eu abdiquei da culpa há três anos
- porque eu ainda posso escolher estar aqui
- porque eu acredito no detalhe
- porque a gente só expõe e pouco modifica
- porque eu acredito e boto fé nas pessoas
- porque é um privilégio poder estar trabalhando com quem se gosta
- porque existe o espaço para olhar nos olhos das pessoas
- porque o meu prazer é andar na getúlio vargas de madrugada e eu não vou abdicar disso
- porque a violência tá em mim mais do que a cidade me violenta
- porque eu prezo pela solidão, por um certo individualismo e quero lidar com isso no cinema, no teatro, ou seja, no espaço do encontro
- porque cada dia menos eu acredito na cidade, este espaço não tem mais solução
- porque eu acho mesmo que as coisas podem mudar
- porque mudou o sentido de lugar
- porque nós somos os políticos, nós somos o mercado e a cidade
- porque eles somos nós
- para que as pessoas vejam o nosso filme e também queiram estar ali. Vejam tudo o que a gente fez e discutiu
- porque a decisão é só uma decisão
- porque eu crio uma infecção por causa de um trabalho
- porque tem uma mendiga atrás da gente comendo com os pombos e isso tá lindo
- porque eu quero construir um espaço desses dentro do caos urbano
- porque eu acho um absurdo os edifícios e suas pedagogias
- porque eu quero ter filhos
- porque eu tenho pânico das escolas e da educação do país
- porque eu acho injusto o mercado dos editais. porque eu vou dar mais dinheiro para um produtor sendo que a idéia é minha
- porque eu preciso entender como que liberdade é disciplina
- porque, talvez, a liberdade seja uma falsa questão
tomou Prozac, matou a vizinha e foi para a igreja.
| por Taianã Mello |"À época do crime, Bustamante tinha 15 anos e descreveu a experiência de matar Elizabeth Olten como “muito agradável”. “Eu a estrangulei, cortei a gargante e a esfaqueei, então agora ela está morta”, escreveu Bustamante em seu diário. "
http://br.noticias.yahoo.com/jovem-condenada-pris%C3%A3o-perp%C3%A9tua-morte-vizinha-9-anos-20120209.html
Dorothy Counts
| por Pedro Capello |no dice
| por Ivan Cascon |"Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro"
Saramago
Alain Bergala
| por Lucas Canavarro |"O cinema é jovem quando retornando ao gesto que o fundou, às suas origens, inventa um novo começo. Quando alguém segura uma câmera e se confronta ao real por um minuto, num quadro fixo, com total atenção a tudo que vai advir, prendendo a respiração diante daquilo que há de sagrado e irremediável no fato de que uma câmera capte a fragilidade de um instante, com o sentimento grave de que esse minuto é único e jamais se repetirá no curso do tempo, o cinema renasce para ele como o primeiro dia em que uma câmera operou."
Coppola
| por Lucas Canavarro |"Nós precisamos ser espertos nesses assuntos. É preciso lembrar que há míseros cem anos, e olhe lá, os artistas trabalham com dinheiro. Artistas nunca tiveram dinheiro. Artistas tinham um patrono, seja ele o líder do estado ou o duque de algum lugar, ou a igreja, ou o papa. Ou eles tinham outro emprego. Eu tenho outro emprego. Eu faço filmes. Ninguém me diz o que eu tenho que fazer. Mas eu faço meu dinheiro na indústria do vinho. É ter um outro emprego e acordar às cinco da manhã para escrever seu roteiro.
Essa ideia de que o Metallica ou qualquer outro cantor de rock tem de ser rico é algo que não necessariamente vai acontecer daqui para frente. Porque, como estamos entrando em uma nova era, talvez a arte seja gratuita. Talvez os estudantes estejam certos. Eles devem ter o direito de baixar músicas e filmes. Eu vou levar um tiro por dizer isso. Mas quem disse que a arte custa dinheiro? E, portanto, quem disse que os artistas têm que ganhar dinheiro?
Nos velhos tempos, há 200 anos, se você fosse um compositor, o único jeito de ganhar dinheiro era viajando com a orquestra e sendo o condutor, para assim ser pago como um músico. Não havia registros. Não existiam royalties de registros. Então eu diria: “tente desconectar a ideia de cinema com a ideia de ganhar a vida e dinheiro”. Porque há soluções ao redor disso."
1/2 referência, Dogma 95
| por Susana Amaral |As regras do Dogma 95, também conhecidas como “voto de castidade”, são:
- As filmagens devem ser feitas em locações. Não podem ser usados acessórios ou cenografia (se a trama requer um acessório particular, deve-se escolher um ambiente externo onde ele se encontre).
- O som não deve jamais ser produzido separadamente da imagem ou vice-versa. (A música não poderá ser utilizada a menos que ressoe no local onde se filma a cena).
- A câmera deve ser usada na mão. São consentidos todos os movimentos - ou a imobilidade - devidos aos movimentos do corpo. (O filme não deve ser feito onde a câmera está colocada; são as tomadas que devem desenvolver-se onde o filme tem lugar).
- O filme deve ser em cores. Não se aceita nenhuma iluminação especial. (Se há muito pouca luz, a cena deve ser cortada, ou então, pode-se colocar uma única lâmpada sobre a câmera).
- São proibidos os truques fotográficos e filtros.
- O filme não deve conter nenhuma ação "superficial". (Homicídios, Armas, etc. não podem ocorrer).
- São vetados os deslocamentos temporais ou geográficos. (O filme ocorre na época atual).
- São inaceitáveis os filmes de gênero.
- O filme final deve ser transferido para cópia em 35 mm, padrão, com formato de tela 4:3. Originalmente, o regulamento exigia que o filme deveria ser filmado em 35 mm, mas a regra foi abrandada para permitir a realização de produções de baixo orçamento.
- O nome do diretor não deve figurar nos créditos.
Todos os filmes que recebem o reconhecimento do Dogma 95 seguem 10 regras estipuladas por Trier e Vinterberg. Para tanto, os realizadores devem enviar cópias de seus filmes à entidade que gerencia o Dogma 95 e submetê-los à avaliação. Caso aprovado e verificado que o voto de castidade foi cumprido, os autores recebem o Certificado Dogma 95. (Via Wikipédia)
A cara da mudança {Caio}
| por Caio Riscado |"Meu filho mais velho tem seis anos e está apaixonado pela primeira vez. Ele está apaixonado pelo Blaine de Glee. Para quem não sabe, Blaine é um garoto… um garoto gay, namorado de um dos personagens principais, Kurt. Não é um amor do tipo “ele acha o Blaine muito maneiro”. É do tipo de amor em que ele devaneia olhando para uma foto de Blaine por meia hora seguido por um ávido “ele é tão lindo”. Ele adora o episódio em que os dois meninos se beijam. Meu filho chama as pessoas que estão em outros cômodos pra ter certeza de que não perderão "sua parte favorita”. Ele volta o video e assiste de novo… e obriga os outros a fazerem o mesmo, se achar que as pessoas não prestaram atenção suficiente. Essa obsessão não preocupa a mim e a seu pai. Nós vivemos em uma vizinhança liberal, muitos de nossas amigos são gays e a ideia de ter um filho gay não é algo que nos preocupa. Nosso filho vai ser quem ele é, e amá-lo é nosso dever. Ponto final. E também, ele tem seis anos. Crianças nessa idade ficam obcecadas com todo tipo de coisa. Isso pode não significar nada. Nós sempre brincamos que ou ele é gay ou nós temos a melhor chantagem na história da humanidade quando ele tiver 16 anos e for hétero. (Toma essa, fotos tomanho banho.) E então, dia desses estávamos viajando para outra cidade ouvindo (é claro) o CD dos Warblers, e no meio da música Candles, meu filho, do banco de trás, fala: “Mamãe, Kurt e Blaine são namorados.” “São sim,” eu confirmo. "Eles não gostam de beijar meninas. Eles só beijam meninos.” “É verdade.” “Mamãe, eles são iguais a mim.” “Isso é ótimo, querido. Você sabe que eu te amo de qualquer forma?” “Eu sei…” Eu podia ouví-lo rolando os olhos pra mim. Quando chegamos em casa, eu contei da conversa para o pai dele, e nós simplesmente olhamos um nos olhos do outro por um momento. E então, sorrimos. “Então se aos 16 anos ele quiser fazer o grande anúncio na mesa de jantar, poderemos dizer ‘Você disse isso pra gente quando tinha 6 anos. Passe as cenouras’ e ele ficará decepcionado por roubarmos o grande momento dramático dele’, meu marido diz rindo e me abraça. Só o tempo dirá se meu filho é gay, mas se for, estou feliz que ele seja meu. Eu estou feliz que ele tenha nascido na nossa família. Uma família cheia de pessoas que o amarão e o aceitarão. Pessoas que jamais vão querer que ele mude. Com pais que não veem a hora de dançarem no casamento dele. E eu tenho que admitir, Blaine seria realmente um genro fofo."
O depoimento original em inglês você encontra aqui ó: http://getstooobsessed.tumblr.com/post/9004061623/mommy-they-are-just-like-me-my-oldest-son-is
m.u.d.a
| por Isabella Almeida |de mente, de corpo, de alma, de tabu...
http://www.oddee.com/item_98038.aspx
Prova de Artista
| por Pedro Capello |Uma mudança no futuro [Jana]
| por Janaína Castro Alves |#işgal #occupyWS #ocupario #ocuparbarcelona #acampasampa #occupylondon #احتل
Me diga o que quiser sobre os ultimos tempos, mas jamais ouse me dizer que não fomos importantes.
"Don't fall in love with yourselves, with the nice time we are having here. Carnivals come cheap—the true test of their worth is what remains the day after, how our normal daily life will be changed. Fall in love with hard and patient work—we are the beginning, not the end.(...)"
Slavoj ZiZek, no Occupy Wall Street