Era Natal. Pela primeira vez Tia Ana e o Zé estavam hospedados em casa, por causa do vento. Faz muito calor em Dezembro, o apartamento perto do rio era mais fresco que o resto da cidade. Na verdade ela só queria agradar, a casa nem tinha móveis bonitos e minha mãe jamais soube receber hóspedes, nunca sabe o que fazer por eles e se desespera.
Era Natal, e o Natal sempre piora as piores notícias. Foi até bonitinho ver a Clara chorar junto comigo porque eu estava chorando, mas ainda assim parecia que o mundo não fazia nenhum, sentido.
Por que que mesmo tentando não dá pra levar numa boa?
[Eu estudei, eu juro que estudei, mas eu troquei a ordem das frações, e depois eu esqueci de divirdir o resultado por dois, depois eu não entendi o espelho concavo como concavo e sim como convexo, mas eu sabia a matéria, eu só errei o finalzinho de todas as questões mas eu sabia toda a matéria, de cor e salteado!]
Mas não interessa, não importa o que se faça, sempre falta alguma coisa.
Tia Ana estava fazendo rabanada, era sensacional a capacidade de produzir tantos pirex de rabanada por hora, era muito açucar e canela na mesa azul da copa, Tia Ana vira pra mim e diz:
"Você está fumando Janaína? Ah bom, eu senti um cheiro de cigarro"
Mas voce trouxe um pacote com 10 maços de Free light, como eu não ia pegar pelo menos um Tia Ana?
Tudo bem.
Os vinte reais que sobraram da conta do bar em que o Samuel saiu correndo no dia 22 estavam na mesinha.
Vou ali já volto!
O azulejo vermelho, tudo vermelho o cheiro forte de tinta meu deus como fede essa merda, acho que dá onda. Do jeito que tava, pior não poderia ficar. E até ficou bonito, meu cabelo vermelho. Do que mais eles poderiam reclamar? Eu já não era da turma das meninas meninas, eu já não era mais das inteligentes também, que que tem então?
Vou ali ser ruiva. já volto.

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